Filha de magnata da soja no Mato Grosso diz ter sido enganada, vai á justiça rediscutir herança e exige R$ 83 milhões

Carina Maggi Martins, uma das filhas de André Maggi, fundador de uma das maiores empresas exportadoras de soja do mundo, entrou com uma ação na Justiça, em Cuiabá (MT), para rediscutir a distribuição da herança deixada por ele aos filhos. Ela é fruto de um relacionamento extraconjungal do lendário magnata do agronegócio.

A família Maggi — que foi acusada — informou, por meio da assessoria, que não irá comentar o assunto, apenas na esfera judicial.

Na ação, Martins alega que foi enganada pelos demais herdeiros sobre o real patrimônio deixado por André Maggi. Após a morte dele, foi feito um acordo entre eles sobre a repartição dos bens.

Agora, ela pretende forçar um novo acordo com eles ou mover uma ação para ser contemplada.

“Ainda, ante a natureza dos documentos solicitados, sigilosos, inclusive, a autora pretende exercer verdadeira fiscalização e devassa sobre a atividade empresarial dos requeridos”, diz parte do processo.

A juíza da 4ª Vara Cível de Cuiabá, Vandymara G. R. Paiva Zanolo, acolheu parte do pedido de Martins, mas ressaltou que as mesmas questões já foram discutidas em processos anteriores e que já transitaram em julgado.

“Não houve valoração de provas, pelo contrário, a sentença evitou nova rediscussão da matéria por via inadequada. E não resta demonstrada a necessidade, utilidade e o cabimento da presente ação de produção antecipada de provas”, afirmou na decisão.

A distribuição da herança começou a ser discutida na Justiça a partir de 2007. O caso tramitou na 2ª Vara Especializada de Família e Sucessões da Comarca de Rondonópolis (MT), em que o processo teve a sentença sem julgamento do mérito, e transitou em julgado, em novembro de 2015.


A rediscussão proposta por Martins também se baseia no acordo extrajudicial homologado na ação de investigação de paternidade, que tramitou na 7ª Vara Cível de Rondonópolis.

HISTÓRICO

O sobrenome Maggi tornou-se notável no agronegócio brasileiro com a fundação do Grupo Amaggi, em 1977, em São Miguel do Iguaçu (PR), que nasceu com o nome de Sementes Maggi. Lucia e o marido, André, iniciaram juntos a empresa que se tornaria uma das maiores exportadoras de soja do mundo.

Dois anos depois, a companhia chegou a Mato Grosso, que se tornou o estado-símbolo do cultivo do grão. Em 2001, após a morte de André, a viúva e mãe de cinco filhos passou a ser a principal acionista da empresa.

O grupo expandiu do simples plantio para o processamento de grãos, comercialização de insumos agrícolas, geração de energia elétrica e operações logísticas.

Em janeiro de 2022, a Amaggi ocupava a 13ª posição na lista as 100 maiores empresas do agronegócio no Brasil, também segundo a Forbes, com uma receita de R$ 23,51 bilhões. Atualmente, Lucia ocupa uma posição consultiva no Conselho de Administração da companhia.

No ano passado, a empresária Lucia Borges Maggi, de 89 anos, liderava a lista das 8 bilionárias brasileiras da revista “Forbes”, com uma fortuna estimada em US$ 6,9 bilhões, o que equivale a cerca de R$ 32,3 bilhões.



Fonte: Por g1 MT (Edições Folha do Sul Online)