Vai a júri popular o motorista suspeito de matar quatro policiais do Comando de Operações de Divisas em um acidente na BR-364, em Cachoeira Alta, no sudoeste do estado de Goiás.
Conforme a decisão, Jhonatan Murilo Leite, de 22 anos, vai responder por homicídio com dolo eventual, o que está previsto no Código Penal, e não por homicídio culposo na direção de veículo automotor, previsto no Código de Trânsito Brasileiro.
Ele também vai responder por remoção de veículo involuntariamente envolvido em acidente com vítima, que consta no CTB.
LEIA MAIS
BR-364: Ônibus com 46 passageiros colide com carreta; veja os detalhes
Rondônia: Com dois homens e uma mulher a bordo, caminhonete capota em trecho da BR 364
Engarrafamento na BR-364 causa acidente e deixa motociclista ferido
TRAGÉDIA: Mãe atropela acidentalmente filha de 1 ano ao estacionar carro em RO
A decisão é do juiz Filipe Luis Peruca, que disse que ficou caracterizado pelas provas apresentadas pelo Ministério Público de Goiás que Jhonatan assumiu o risco de provocar o acidente.
São três os pontos principais em discussão no processo: a velocidade dos veículos envolvidos no acidente, a carga se estava em excesso ou não e quem invadiu a pista contrária.
No primeiro caso, não foi apurada a velocidade da viatura policial. Já a respeito do caminhão Filipe Luis reconheceu haver “versões plausíveis e conflitantes” e que caberá aos jurados definirem qual acolher.
No segundo caso, o magistrado levou em conta a reprodução simulada feita no local que apontou a invasão de pista por parte de Jhonatan Murilo.
O juiz argumentou ainda na decisão haver vários indícios de que o caminhão conduzia carga expressiva.
O acidente aconteceu no dia 24 de abril de 2024. O caminhão carregado com 70 toneladas de milho bateu na viatura do COD, que vinha no sentido contrário. Nela, estavam quatro policiais militares, que morreram.
Em setembro, o caso teve uma reviravolta quando foi descoberto o verdadeiro motorista do caminhão. Até então, quem tinha assumido a responsabilidade era Diego Michael Cardoso, que chegou a ficar preso.
Com a ajuda de testemunhas que viram o momento do acidente, foi descoberto que o verdadeiro motorista era o funcionário do homem que havia sido preso. O verdadeiro condutor não tinha CNH.
Em nota, a defesa de Jhonatan Murilo disse que ele não agiu de forma indiferente, “com consentimento ou aprovação, de que pudesse ocorrer o trágico resultado do acidente, até mesmo porque a vida dele também estava em risco”.
Disse ainda que vai entrar com recurso. A defesa de Diego Michael ainda não foi localizada.
Fonte: cbn goiania