Evandro Mato Grosso: o Brasil profundo na ponta do remo

Enquanto muitos buscam conforto nas cidades, entre concreto e tecnologia, há quem escolha outro caminho o da solitude, da resistência e da conexão bruta com a natureza. Evandro Carlos Figueiró, mais conhecido como Evandro Mato Grosso, é um desses poucos. Jornalista, economista e piloto civil, ele se tornou uma das principais referências nacionais em expedições solitárias de caiaque, explorando os grandes rios do Brasil e da América do Sul com coragem e autonomia.

A aventura que mudou sua vida começou com uma travessia de tirar o fôlego: 3.480 quilômetros remando de Cuiabá (MT) até Buenos Aires (Argentina), passando pelos rios Cuiabá, São Lourenço, Paraguai e Paraná. Foram 5 meses e 25 dias enfrentando correntezas, chuvas, solidão e imprevistos tudo isso a bordo de um simples caiaque, em um mergulho profundo na vida selvagem e na própria mente.

Essa primeira grande jornada marcou o início de uma série de expedições que o levaram a alguns dos cursos d’água mais desafiadores da América do Sul. Em 2023, Evandro partiu de Sapezal (MT) e remou por cerca de 1.500 km até Santarém (PA), cruzando os rios Papagaio, Juruena e Tapajós. Já em 2025, voltou ao ponto de partida que carrega no nome: Tangará da Serra, de onde iniciou uma nova missão, com destino ao Rio Guaporé, cortando as águas do Pantanal em total autonomia.

Evandro não conta com apoio logístico: carrega seu próprio equipamento, prepara os alimentos, filtra a água, acampa nas margens dos rios e mantém contato com o mundo por meio de internet via satélite. A tecnologia o conecta, mas é a natureza que o sustenta. Em suas redes sociais onde soma mais de 80 mil inscritos no YouTube e mais de 300 mil seguidores no Instagram ele compartilha relatos emocionantes, bastidores das viagens e reflexões sobre liberdade, autossuficiência e sobrevivência.

Desde junho deste ano, ele está em sua expedição mais recente. Saiu de Vila Bela da Santíssima Trindade, a primeira capital de Mato Grosso, e segue pelas águas do Vale do Guaporé, em direção à cidade de Costa Marques (RO), na divisa com a Bolívia. De lá, pretende seguir pelos rios Mamoré e Madeira, com destino final em Manaus, desbravando, mais uma vez, o coração da Amazônia com seu remo, sua coragem e sua filosofia de vida.

Fonte: Conexão Rondônia